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Este jornal era singular, pois não tinha preocupações políticas, comerciais. Buscava desenvolver uma leitura amena de assuntos científicos como a bioquímica, a construção de balões, ou tratar do cotidiano das ruas, evitando os elogios, agressões ou pornografias.
"Ninguém procure, nesta folhazinha, escritos doutrinários, puxados à substância; também fiquem tranquilos, nela se encontrarão notas de altos escândalos e de pornografia, agressões e críticas descomedidas e descabeladas."
Como semanário ilustrado, não durou muito, mas deixou uma marca de humor, buscando o riso em meio às tristezas cotidianas de uma capital nordestina.
" Desejamos desejar oferecer aos que nos procurarem leitura amena e alegre, modestamente instrutiva em alguns casos, e gravuras novas, tão artísticas e tão limpas quanto for possível no Recife, que em matéria de artes bem devia ter avançado um pouco mais. A vida corre difícil e tristíssima; é necessário esquecer e rir um pouco. Tentamos ocupar e divertir, alguns minutos em cada semana, os nossos leitores; eles, porém, que dispensem as indecências cruas e bisbilhotices sobre o viver privado de qualquer. Ou, senão, escolham outros."
( Celso Vieira.)
"Ninguém procure, nesta folhazinha, escritos doutrinários, puxados à substância; também fiquem tranquilos, nela se encontrarão notas de altos escândalos e de pornografia, agressões e críticas descomedidas e descabeladas."
Como semanário ilustrado, não durou muito, mas deixou uma marca de humor, buscando o riso em meio às tristezas cotidianas de uma capital nordestina.
" Desejamos desejar oferecer aos que nos procurarem leitura amena e alegre, modestamente instrutiva em alguns casos, e gravuras novas, tão artísticas e tão limpas quanto for possível no Recife, que em matéria de artes bem devia ter avançado um pouco mais. A vida corre difícil e tristíssima; é necessário esquecer e rir um pouco. Tentamos ocupar e divertir, alguns minutos em cada semana, os nossos leitores; eles, porém, que dispensem as indecências cruas e bisbilhotices sobre o viver privado de qualquer. Ou, senão, escolham outros."
O nome é sugestivo, pois, se há um interesse por retratar figuras, comidas e pessoas que andam pelas ruas num sentido romântico, há também uma referências às pessoas que viviam nas ruas, objeto certamente da exclusão social. Veja a matéria intitulada de "Becos e Vielas":
" Não são a parte menos importante
da cidade, pois em quase todas as cousas o número se impõe, e têm inegável
direito aos nossos cuidados uma vez por outra, senão a registro fixo, de sete
em sete dias.
Eles têm vida especial, usos e hábitos
característicos, uma história e uma lenda muito suas, bisbilhotices próprias,
sarilhos inconfundíveis, fisionomias, trages, móveis, refeições, refeições e
diversões de marca registrada; há, porém, na república um princípio ou preceito
chamado igualdade perante as leis e a quantos neles habitam, assim como não
cabe lista menor de obrigações que a dos habitantes das praças espaçosas e das
ruas de metros e mais metros, também não deve assistir menor soma de direitos,
regalias e prerrogativas.
Saibam disto, a Recife os quais muitas
vezes bem próximo das grandes artérias do movimento, passam quase despercebidos
à maioria da população, como se pertencessem a terras longínquas e pouco
civilizadas.
Revoltamo-nos contra isto e os lôbregos
escaminhos da capital possuirão de hora em diante um advogado na imprensa,
noticiário em regra e comentários, não sendo impossível que de vez em quando lá
penetrem as máquinas fotográficas instantâneas.
O pessoal de A RUA
constituir-se-á, assim, num grupo de bandeirantes, de pioneiros dos becos e
vielas do Recife."
O texto é bastante explícito quando a imprensa se coloca como defensora destes desvalidos nas ruas, nos becos e vielas de Recife. Os jornais de rua só vão surgir na Europa e Estados Unidos por volta da década de 80/90. Aqui, em Salvador, temos o "Aurora da Rua" que começou a existir a partir de 2007, falando das pessoas em situação de rua, oferecendo-lhes a venda do jornal como forma de gerar renda para o morador de rua e, assim, reconstruir a dignidade e a cidadania, por isso é importante registrar que algumas pessoas se preocuparam com o tema, no início do séc. XX, na cidade de Recife.
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MENDIGOS
Quantas vezes trilhamos, desgraçados,
Da vida humana os ásperos caminhos
Vós, em busca de esmolas, fatigados,
Eu, fatigado, em busca de carinhos!
Aos que tiverem sedas e brocados
Invejais a riqueza, o’ pobrezinhos
E eu mais invejo ainda os namorados
Aves que dormem no frouxil dos ninhos
Como de porta em porta, sem abrigo,
Noite e dia seguis – aflição sigo
De coração em coração assim
E, assim, lastimo as esperanças mortas,
Pois, como pra vós fecham-se as portas,
Os corações se fecham para mim
que delicia
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asinado:bob marlei
que viaji