Esta semana foi lançada uma coletânea de artigos científicos, produzidos por mestrandos e/ou doutorandos que já foram alunos do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens da Universidade do Estado da Bahia.
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| Coletânea de artigos |
"Linguagens, práticas discursivas e sociedade", organizada pela Profa. Lígia Pellon de Lima Bulhões, reúne artigos de diferentes abordagens, envolvendo a linguagem, o discurso e a sociedade, como a sociolinguística variacionista, a análise do discurso, a retórica e a argumentação, etc.
Este trabalho se torna importante porque serve de estilo à pesquisa, impõe aos mais novos a responsabilidade de dar continuidade a este propósito: expandir o conhecimento, produzindo conhecimento.
No dia do lançamento, houve um congraçamento entre professores, alunos e pesquisadores, num clima de motivação e de curiosidade pela ciência. Assim se acredita na seriedade, no compromisso da universidade na sociedade.
Nesta coletânea, publiquei um artigo: "A produção escrita e (in) tolerância linguística na universidade: a dialogia como construção de uma terceira margem", ainda sob a influência da minha dissertação do mestrado. O meu objeto eram redações de alunos recém-chegados do ensino médio e começaram a vida acadêmica numa faculdade particular. Como não apresentam domínio da norma culta, eles eram estigmatizados porque escreviam "mal" porque não se expressam na variante de prestígio. Entre a realidade e a representação docente sobre esta produção textual, baseada numa formação discursiva e ideológica, fincada no conservadorismo da Gramática Prescritiva, havia uma terceira possibilidade: a terceira margem, como no conto de Guimarães Rosa, que se constituía na compreensão dialógica de que os textos discentes, mesmo tendo inadequações linguísticas, produziam sentido e, portanto, mereceriam atenção e correção adequada.
