domingo, 9 de dezembro de 2018










O realismo significou uma reação à estética romântica porque exagerava as emoções em detrimento da razão. A realidade tinha mudado, começaram a surgir os resultados práticos da Revolução. Industrial na segunda metade do século XIX como a eletricidade, a locomotiva, o mito do progresso, o que obrigou o homem romântico sair do mundo dos sonhos para o mundo real. Antes da Literatura, a pintura de Courbert mostrou uma estética próxima da realidade, mostrando as imperfeições do ser humano, o cotidiano como o enterro na figura abaixo. No quadro, aparece o cachorro, os parentes do pintor, retrando tudo em mínimos detalhes.




Este quadro da camponesa reflete esta postura realista. O pintor não se preocupou com um rosto bonito, idealizado, mas um rosto marcado pelas rugas, unhas sujas, uma face sofrida, roupa do campo, anel no dedo, um olhar vendo a realidade.








   O escultor Rodin consegue retratar, nas suas obras, as figuras humanas em situações cotidianas sem quaisquer vestígios românticos ("O Pensador", "O Beijo", "O amor", etc



  É impressionante como o escultor consegue extrair do mármore bruto imagens que nos tocam pela sensualidade, em figuras desnudas com leveza e poesia. A arte recriando a própria realidade com maestria e elegância. A mesma coisa via acontecer com a literatura




  A arquitetura realista também está presente como a torre Eiffel na França, revelando força, criatividade e poder econômico na segunda metade do séc. XIX.


 Flaubert se inspirou no manifesto "Le realisme" e produziu "Madame Bovary" que desmistificar a mulher romântica, realçando o adultério como comportamento da burguesia europeia. A partir daí vieram "O Primo Basílio", "Pe.José Anaro"  de Eça de Queiroz, "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Dom Casmurro" de Machado de Assis, "Crime e Castigo" de Dostoiévski.













                                                                         
                                                                               
                                                                            





      Agora leia o texto abaixo: "Missa do Galo" e descubra por que esta narrativa tem as características realistas em que a realidade se impõe à imaginação.



                                                                             
                                                                             


                                                 




























domingo, 9 de setembro de 2018

TEXTO EXPOSITIVO E TEXTO ARGUMENTATIVO: DIFERENÇAS


       Na produção textual, muitos alunos têm dificuldades de entender as diferenças entre um texto dissertativo-expositivo do texto dissertativo-argumentativo, sobretudo, devido às exigências do ENEM. Ambas as formas tentam convencer o leitor de um determinado ponto de vista, quer pode ser mostrar as vantagens de comprar um veículo ou defender uma posição ideológica como cotas para negros, escola sem doutrinação, liberdade sexual, etc. Veja algumas diferenças:

                                                  Texto expositivo                                            

                          1. O objetivo é apenas informar sobre um               
                                      produto ou fatos da realidade                                 

                       2.  Apresenta fatos, estatísticas, testemu-                 
                             nhos autorizados para provar determi-                       
                                             nado ponto de vista                                                     

                        3.  É uma abordagem objetiva cujas afir-                  
                                  mações se provam por si mesmas.                             

                        4. Fundamenta-se apenas na demonstra-                
                                ção de dados, por isso usa muito o                        
                                                 raciocínio indutivo

                                                    Texto argumentativo

                  1. O objetivo é defender um ponto de vista ideológico
                       sobre a própria realidade.

                  2.  Apresenta inferências como causas, consequências,
                        críticas, sugestões em relação a uma tese.

                  3.   É uma abordagem subjetiva que envolve a 
                          apresentação de prova

                  4. Constrói-se a partir de deduções, inferências próprias 
                       do raciocínio dialético-dedutivo

   Para demonstrar, concretamente, estas diferenças, vamos ler dois textos, o que requer atenção e foco na análise dos recursos linguísticos e lógicos desta produção textual.


TEXTO 1  -    O RACISMO DISFARÇADO

                                   
                  Vira e mexe eu volto a falar de racismo por aqui. É uma decisão difícil de abordar esse tema por dois motivos: quero dar o mínimo de exposição a pessoas que cometem esse ato, visto que muitas têm ele como objetivo, e eu não sofro com o racismo diretamente.Fui alertado recentemente sobre o lugar de falsa e legitimidade. Eu, mestiço como a grande maioria neste país, nasci com a pele clara e não tenho a intenção de representar pessoas negras, nem poderia. Mas, como esse é o espaço que eu tenho, preferi, por diversas vezes, me posicionar para não corroborar com o que considero errado. E o faço mais uma vez.
              Desta vez, por três situações que me incomodaram. Em ordem cronológica, começo por uma polêmica criada com roupa de Serena Willians. Em junho, após dar à luz à filha Alexis Olympia, a tenista usou um macacão todo preto no seu retorno a um Grand Slam, em Roland Garros. Serena disse que considerava a roupa de Wakanda, em referência ao filme Pantera Negra. Depois, a americana ainda explicou que o traje facilitava a circulação sanguínea e evitava novos coágulos, resquícios de complicações na sua gravidez.
              Na sexta-feira passada, quase três meses após a competição, o diretor de Roland Garros, o francês Bernard Giudicelli, proibiu o uso do macacão e disse que "é preciso respeitar o jogo e o local". Não tem nada de desrespeitoso em um macacão preto, a meu ver. Mas estamos falando de uma atleta que convive com críticas relacionadas a seu corpo, especialmente as características de sua negritude, desde que despontou no esporte. Suas curvas, seus músculos e até a sua feminilidade são constantemente criticadas e comparados às suas oponentes brancas. Então, nesse cenário, ousar vestir uma roupa em referência a uma nação africana de super-heróis é uma afronta.
                 Já na terça passada (21), parte da torcida do Independiente imitou macacos em direção a santistas que estavam na arquibancada em Avellaneda, onde os dois times disputavam a primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores. A segunda aconteceu ontem, no Pacaembu.Mas, antes de chegar ao Brasil, o Rojo publicou em seu site orientações à sua torcida. "É um delito no Brasil assimilar uma pessoa a um animal", informou o clube, ignorando o que deveria ser comum em qualquer lugar. No final, quando rogaram encarecidamente para que se evitassem os gestos e palavras racistas, ficou claro a verdadeira preocupação. "O clube pode ser penalizado economicamente". Melhor seria o clube se posicionar contra o racismo, ameaçar punir torcedores que desviarem essa conduta ou, mesmo, punir com rigor aqueles que o fizeram antes.
                   Por último, um exemplo que aconteceu aqui. O zagueiro Lucas Ribeiro, do Vitória, que teve um bom desempenho na última partida contra o Atlético-MG, foi "recompensado" com ofensas em redes sociais. Dois perfis de torcedores do Leão postaram uma foto antiga de Lucas e o chamaram de ladrão. "Lucas Ribeiro roubava carteiras na Barra e agora rouba bolas na Série A, escreveu um deles. Confrotado, um dos administradores se justificou dizendo que também era negro. Só esqueceu, infelizmente, que o racismo está agarrado às questões socioeconômicas. Destacar símbolos de uma foto como óculos ou roupas comumente usados por meninos negros de periferia e relacionar isso com um criminoso é a mesma coisa que falar da cor da pele.
            Nesses três casos temos o racismo disfarçado. E todos precisam estar atentos a esse artifício que, em tempos de vigilância, especialmente nas redes sociais, tem sido a arma daqueles que insistem em andar para trás. (Correio da Bahia, 29/08/2018, Caderno Esporte, p.34)

                                   COMENTÁRIO
                  
                           Na introdução, apresentou a sua tese "Racismo disfarçado" em relação à miscigenação racial brasileira. Ao invés de  apresentar   inferências como causas, consequências ou críticas do problema, preferiu apontar três exemplos de racismo: Serena Willians (2º e 3º parágrafos), o time Independiente fazendo menção a "macacos" (4º parágrafo) e o caso de Lucas Ribeiro do Vitória (5º parágrafo) a desenvolver raciocínio dedutivo. Estes parágrafos só contêm fatos que justificam o poscionamento do autor sobre o tema " Racismo disfarçado" no esporte. A conclusão confirma a tese.

TEXTO II    -            A Persistência do Racismo

            No Brasil, desde a colonização, há um processo de sincretismo, em que a cultura da nação sofre influência africana, europeia e indígena. Entretanto, devido ao eurocentrismo – grande valorização e hegemonia das tradições e das características do povo europeu – e ao papel do português como colonizador há, até hoje, uma exaltação de tudo que vem do branco e desprezo e preconceito pelo que é de origem negra, tornando um país de fortes influências africanas, racista, que mesmo ciente de tal flagelo, permanece excludente ao longo dos séculos.
              Com o passado histórico brasileiro demarcado pela opressão étnica, o racismo, gerador de violência, ódio e discórdia, tornou-se um fator cultural de extrema prevalência no país e, por isso, deve ser urgentemente, combatido. Segundo Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. A partir dessa afirmação de um dos símbolos da luta contra a segregação de raças, há a comprovação de que a grande questão do preconceito é que valores de aversão à diversidade são doutrinados na sociedade e, para reverter a atual situação, é necessária uma mudança educacional que promova a igualdade e a harmonia.
         Em virtude dessa discriminação amplamente difundida, a sociedade brasileira, em sua maioria, demonstra uma certa ojeriza pela produção cultural negra e pela estética da etnia, o que é explícito e reforçado pela mídia. Nos meios de comunicação de massa, como o cinema, a televisão e a internet, é visível a falta de espaço para a produção de origem afrodescendente e a ausência de papéis – principalmente de protagonistas – em filmes, séries e novelas para atores negros. Contudo, quando existem personagens disponíveis, são usados para a construção de estereótipos preconceituosos, a exemplo de negros retratados como criminosos ou trabalhadores de subempregos.
         Fica evidente a necessidade de ação para a mudança do atual contexto de desigualdades entre raças, que continua assolando o país. Portanto, o Ministério da Educação deve realizar a inserção de tópicos fundamentais no currículo escolar para a formação cidadã, de modo a introduzir o estudo da história dos povos africanos – essencial para o entendimento da construção sincretista brasileira – e também deve ser discutido nas aulas de Sociologia a importância do negro na sociedade e o seu legado cultural. Além disso, o Ministério da Cultura deve usar de seus recursos para ampliar o incentivo à produção artística afrodescendente, que por meio de discussões inovadoras e personagens diferenciados, promova a diversidade da cultura e a desconstrução da imagem estereotipada que difama o negro (Por Ana Lourenço access_time 24 fev 2017, 15h06 - Publicado em 20 jul 2016, 21h39 )

                             C O M E N T Á R I O


  O texto apresenta uma tese: "Persistência do racismo em relação ao sincretismo" na introdução. Como argumentos, usou-se a questão histórica (causa) para justificar o ódio no segundo parágrafo; no terceiro, apresentou uma consequência: ojeriza pela produção cultural negra . Na conclusão, sugere que o Estado adote duas medidas: modificar o currículo escolar e estimular as produções culturais negras. O que se critica aqui é o fato de colocar duas sugestões no mesmo parágrafo, quando o correto é desenvolver cada sugestão num parágrafo. O texto apresenta inferência, dedução, defendo um ponto de vista do autor.
  
                   EXERCÍCIOS

     Identifique, nos textos abaixo, as ideias básicas de cada parágrafo, formatando o seu plano de texto. Em seguida, classifique-os como expositivo ou argumentativo


III         Reencontro com o racismo                                                       

       Muitas vezes, e de muitos modos, o Brasil mostrou o seu racismo. Um novo capítulo dessa prática foi recentemente escrito por alguns alunos da Faculdade de Direito da PUC-Rio que ofenderam colegas de outras instituições de ensino com injúrias racistas em encontro esportivo estadual. Esse episódio, de elevada gravidade, ganha destaque por demonstrar a distância do Direito e do ensino jurídico do cultivo da premissa básica da igualdade, da incongruência da prática esportiva com o racismo, e da importância das políticas de inclusão para a população negra
      A igualdade é alicerce do estado de direito. Uma percepção deficiente de seu significado implica o exercício claudicante da cidadania, o funcionamento corrupto das instituições políticas e a anuência com práticas sociais discriminatórias. O Direito, nas democracias modernas, assume seu compromisso com a igualdade em suas distintas feições. O dever ético dos múltiplos profissionais envolvidos com a aplicação do Direito está radicado nessa ideia que deveria ser cultivada nas faculdades, onde os estudantes seriam provocados a ter uma visão crítica de sua sociedade e a promover a concretização dos direitos incluídos na Constituição. Estudantes de Direito, perpetuadores do discurso de ódio, denunciam a necessidade de uma revisão crítica sobre a missão do ensino jurídico no Brasil.
        A reação à notícia é mais contundente porque ela se contrapõe aos melhores propósitos do esporte, espaço de respeito, disciplina e incentivo à cooperação. Os integrantes de uma mesma equipe concorrem unidos para a vitória porque o êxito do grupo é o êxito de todos. A discriminação racial entre atletas e a cogitação de que ela possa ser um argumento legítimo no confronto entre torcidas são um triste sintoma da falência da sociedade civil brasileira como um espaço de convivência guiada pela civilidade e pela solidariedade. Egoísmo e discórdia tornam improváveis as chances do nosso sucesso como nação.
         Entretanto, a crueldade e a humilhação são as notas mais tristes desse fato. O racismo é presente e persistente na história. Em manifestações evidentes ou insidiosas, ele apenas busca pequenas frestas para revelar-se. Um dos seus principais subterfúgios é a demarcação de espaços implicitamente proibidos à participação da população negra. O ensino superior é um dos exemplos. As ofensas usadas pelos estudantes agressores ressaltavam que o acesso à educação superior — importante meio para ascensão social e econômica — não está aberto aos negros. Para esses estudantes, acostumados ao olhar de estranhamento, distância e repulsa, é desnecessária uma nova advertência sobre a árdua luta que enfrentam ao buscar romper barreiras erigidas para a realização de direitos que lhes foram historicamente negados. 
              A polêmica do episódio não deve apagar a sua gravidade. Além da apuração policial, exige-se uma firme reprovação da instituição de ensino aos agressores cujo envolvimento for provado nesse lamentável incidente. A nós, profissionais do Direito, cabe reiterar o dever ético de nossas atribuições. À sociedade brasileira, é feito um convite para que a reprovação a essas condutas seja um grito uníssono contra o preconceito.( https://oglobo.globo.com/opiniao/reencontro-com-racismo-22781205)


                                  Plano de Texto


       Introdução : ______________________       1§


       Desenvolvimento:

                          ___________________________ 2§

                          __________________________   3§

                          ___________________________ 4§

       Conclusão:    _________________________  5§
                            
                            __________________________








    
              





       
                        

                      

                                  









        

Padrões frasais básicos da língua portuguesa II



                                     PADRÕES FRASAIS COMPLEMENTARES



                 Entre os padrões frasais básicos I (intransitivo), II (transitivo direto), III (transitivo indireto), IV (transitivo direto e indireto) e V (verbo de ligação), somente os padrões II e IV podem ser objeto de uma transformação da voz ativa para a voz passiva. Os padrões I, III e V não podem ser objeto de transformação para voz passiva de acordo com o padrão culto, embora existam algumas situações linguística que são permitidas pela língua de uso, porque não prejudicam a comunicação nem a interação entre os falantes. Exemplos

-     Não se diz "o homem é morrido", mas o homem morreu 
      Não se diz " todos são dependidos da sociedade", mas todos dependem da sociedade
      Não se diz " o homem é sido honesto", mas o homem é honesto

                          Ouve-se dizer "o homem trabalha" (v. intransitivo), " o aluno pensou na avaliação" (v. transitivo indireto), "ninguém obedece às leis do país" (v. transitivo indireto", portanto frases verbais que não podem ser transformadas em voz passiva. Na linguagem informal, encontramos estas frases: "Este assunto não foi trabalhado em sala", "Esta viagem foi pensada por todos", "As leis do país não são obedecidas por todos". Elas se justificam pela língua de uso em que as regras gramaticais são apenas descritas, mas não normatizadas como no padrão culto.

                           Vejamos agora as frases abaixo:

                     *     A escola tem preparado os alunos para as provas do ENEM (padrão II)
                     *     A escola vai impondo limites às atividades escolares (padrão IV)

                    Para transformar as frases acima da voz ativa em que o sujeito sempre exerce a ação verbal para a voz passiva, é necessário dizer que existem duas frases passivas: Voz passiva Analítica - VPA (padrão VI) e a Voz passiva pronominal ou sintética -VPP (padrão VII). A operação consiste nas seguintes etapas:
*  O substantivo na função de objeto direto passa a ser sujeito passivo
*  O verbo principal se transforma em particípio passado concordando com o sujeito
*  Acrescenta-se o verbo "ser, estar, ficar" no tempo do verbo principal da voz ativa
*  O substantivo na função de sujeito passa a ser  "agente da passiva"     Vejamos:


               Veja abaixo exemplos de frases na voz passiva analítica, por isso todas elas podem ser transformadas na voz ativa em seus respectivos padrões.

   01.  A Prefeitura não enviou o projeto aos órgãos competentes  (padrão II)
02. O gestor transferirá os recursos em tempo hábil  (padrão II)
03. Deverão verificar as despesassem o termo de ocorrência (padrão II)
04. Os auditores do tribunal foram revendo o valor do repasse ( padrão II).
05. Têm-lhe imposto o desvio sem qualquer reação do acusado (padrão I
06. Os técnicos identificaram os documentos como úteis (padrão II) 

                   
 
                 Veja os exemplos abaixo, identificando os padrões frasais e, em seguida, transforme as frases da voz passiva analítica para a voz ativa sem mudar o sentido do enunciado



 

                                                    EXERCÍCIO

                    Identifique, nas frases abaixo, as estruturas em que apareçam o padrão VII (voz passiva pronominal ou sintética).

1)  "É importante estudar para que se conheçam as normas da língua; caso contrário, ter-se-á dificuldade de entender os sentidos do texto."

2)     "Todos se preocupam com o futuro, porque nem sempre ele depende de nós, por isso devem avaliar-se todas as oportunidades que a vida nos oferece."

3)       "Fica-se triste quando se percebe a violência nas disputas políticas, por isso o extremismo de esquerda e de direita não leva ninguém a nada."

4)          "Trabalha-se muito nesta cidade, mas o desemprego é grande, de tal forma que se verifica o aumento da criminalidade por falta de oportunidades."

5)            "O futebol aliena as pessoas, pois trata-se de um esporte de massa, cujos objetivos não se visualizam para que elas permaneçam anestesiadas diante da realidade."
                                                                 














                                    





                      

domingo, 2 de setembro de 2018

Padrões Básicos da Língua Portuguesa I



                A língua portuguesa possui suas estruturas básicas com as quais o pensamento na estrutura profunda se materializa. Já existem como estruturas superficiais na mente do falante da língua. No momento da comunicação, elas se organizam quase de forma involuntária. O que se quer, do aluno do ensino médio ou superior, é a capacidade de identificá-las, de tal modo que possa ajustar a pontuação correta ou mesmo a concordância verbal para uma eficiente produção de sentidos.
          



Figura. 1       A frase se encontra na ordem direta
  Complete as lacunas com verbo adequado
 Os alunos___________ao curso muito cedo      (v. intransitivo
     De repente, __________os livros da biblioteca   ( v. intransitivo)
     Todos, de repente, ________em sociedade       ( v. intransitivo)
     As tragédias ___________em qualquer lugar     ( v. intransitivo)
     _________ da cadeia dois criminosos famosos   (v. intransitivo)
  Os funcionários __________sob tensão contínua ( v. intransitivo) 
      O dinheiro____________da Prefeitura de Itinga    (v. intransitivo)
      _________dois policiais na semana passada        (v. intransitivo)
      A violência__________sobre a paz na atualidade (v. intransitivo)



              Observe que, na estrutura acima, existem  3 SN que têm funções diferentes: SN1 (sujeito), SN2 (complemento verbal direto), SN3 (núcleo do adj. adverbial de lugar). O adj. adverbial vem no fim porque é o seu lugar normal, por isso não tem vírgula.






                      Neste padrão, o verbo é transitivo indireto porque exige um complemento verbal com preposição. O verbo "lutar" pode ser  padrão I como no exemplo: "O homem luta na favela", pois tem de sentido de esforço físico. O mesmo verbo no padrão III significa "alcançar um objetivo". No padrão culto, existem diversos verbos que não podemos ignorar a sua regência. Não estamos falando da língua de uso.
                                                       VISAR

            * Os estudantes visam o ENEM neste ano (errado) -  olhar    (padrão II)
            * Os estudantes visam ao ENEM neste ano (correto) - desejar  (padrão III)

                                                      ASPIRAR

            * Todos nós aspiramos o ar fresco da manhã  (correto) -  respirar (padrão II)
            * Todos nós aspiramos ao bem-estar social    (correto)  -  desejar  (padrão III)
            *  Todos nós aspiramos uma família unida   (incorreto) - respirar  (padrão II)

                                                       ASSISTIR

             *   Os médicos do HGE devem assistir  aos feridos do acidente na orla (e) - olhar  - padrão III
             *   Os médicos do HGE devem assistir os feridos do acidente na orla (c) - socorrer - padrão II
             *   Os médicos do HGE assistem ao jogo na Fonte Nova (c)  -                    olhar.    - padrão III

                                                        QUERER

             *    Os trabalhadores querem um aumento de salário (c) -    desejar - padrão II
             *     Os trabalhadores querem à família  (c)                      - estimar  - padrão III
             *    Os filhos, os trabalhadores lhes querem bem  (c)       - estimar  - padrão III


      Há verbos que, aparentemente, são verbos transitivos indiretos devido à presença na linguagem de uso, mas não encontram respaldo no padrão culto, pois todos são verbos transitivos diretos, portanto não aceitam a preposição "EM". Exemplos:

                                               IMPLICAR

       Isto implica em consequências graves para a saúde (e)
       Isto implica consequências graves para a saúde (c)

                                               ACARRETAR

       A reprovação pode acarretar em evasão escolar (e)
       A reprovação pode acarretar evasão escolar (c)

                                                 INFLUENCIAR

       A corrupção pode influenciar nas eleições de 2018 (e)
       A corrupção pode influenciar as eleições de 2018 (c)

                                                     AJUDAR
      A vacina ajuda na proteção da criança  (e)
      A vacina ajuda a proteção da criança (c)

                                                   
               
                Existem verbos que, na língua portuguesa, podem ser usados tanto no padrão II (transitivo direto) como no padrão III (transitivo indireto) e possuem o mesmo sentido. Exemplos:

                                                       ESQUECER

         A aluna esqueceu o celular no carro (c)   - padrão II
         A aluna se esqueceu do celular no carro (c) - padrão III
         A aluna esqueceu do celular no carro (e) -  padrão III

                                                     LEMBRAR

           Esta novela me lembra você  (c)    - padrão IV (direto/indireto)
          O professor lembrou seu aniversário (c) -  padrão II
          O professor se lembrou do seu aniversário (c) - padrão III
          O professor lembrou do seu aniversário  (e)    - padrão III (Faltou o "se")

                                                   CONSTITUIR

           -   O assédio constitui um problema moral   (c)    - padrão II
           -   O assédio se constitui num problema moral (c) - padrão III

            




                          Nem sempre os verbos: "SER, ESTAR, FICAR, PERMANECER, CONTINUAR, TORNAR-SE " são verbos de ligação, porque há situações linguísticas em que serão considerados verbos nocionais a depender da estrutura:

       Estar    --      A candidata está no prédio -   (S-V- Adj. Adv.) -  padrão I
                            A candidata está vendo TV -   (S V S )   - padrão II (verbo auxiliar da V. Ativa)
                            A candidata está cercada de amigos -   padrão VI   -  Voz passiva)



                             EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


            Identifique, nas manchetes abaixo, os padrões inscritos nas frases de jornais

1) Bahia encara o Atlético-PR e busca segundo triunfo como visitante (Correio da Bahia)
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2)  Fachin ficou isolado no TSE ao forçar a elegibilidade de um inelegível (Estadão)
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3) Travessia Ribeira-Plataforma opera sem cobrar tarifa neste fim de semana ( A TARDE)
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4)É trágico': Dirceu lamenta delação de Palocci; reveja entrevista com MK ( Metro1)
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5) Mansão e outros bens de Sérgio Cabral vão à leilão nesta semana (Metrojornal)
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6) PT afirma que usará "todos os meios" para que Lula seja candidato a presidente (Zero Hora)
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7) Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diário de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem (Diário de Pernambuco)
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